17/02/08

Partilha

Eu acredito que tudo tem uma razão ou pelo menos um motivo. Ter uma ideia não é difícil, construir um projecto também me parece tarefa razoável, criar e iniciar também, o problema está na continuidade. A maior parte dos projectos fica pelo caminho. E a razão está muitas vezes na seriedade e no empenho que colocamos na ideia. A motivação pode ser grande mas a razão que deu origem ao projecto é que tem de ter fundamento, caso contrário, tudo fica inacabado.
Eu também acredito que as coisas são como são, ninguém nos consegue alterar os princípios e os fundamentos se nós não deixarmos e tivermos algo a dizer. E para termos algo a dizer, a nossa vontade tem de estar à altura da razão.
O segundo elemento está relacionado com a disponibilidade e a partilha. A disponibilidade é um conceito muito amplo. De tempo, de espaço, de meios, de nós. A partilha, essa leva a lugares ainda mais complexos. Ninguém gosta de partilhar, por exemplo um computador, se esse elemento for fundamental para dar continuidade ao projecto. Ninguém gosta de partilhar os seres que nos estão próximo se isso der origem a divórcio, ninguém gosta de partilhar o que quer que seja, e por mais que queiramos ou não, essa partilha forçada ou no faz de conta voluntário, é muitas vezes a causa maior de muita exaustão e dor.
Dividir é aquilo que homens e mulheres se habituaram cedo a fazer. A partilha faz parte dos sentimentos que estão naquela caixa fechada a sete chaves. Oxalá, continue assim por muito tempo. Temos de acreditar que o passo anda a par do compasso e que a liberdade dos agentes é inevitavelmente independente da música e a letra apenas serve para colorir o espírito do projecto.

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