05/09/08

The Gal from Alaska

Apesar dos azares imprevisíveis - Gustav ou a gravidez da miúda - que envolveram a Convenção Republicana nos Estados Unidos, Sarah Palin tem poder mediático suficiente para assustar os democratas. Não me parece, no entanto, que o eleitorado de Hillary Clinton se deixe levar pelos seus ares de extrema confiança, e que a considere o modelo ideal da mulher americana. Demasiado mãe de família com o poder das caçadas e com a arma na mão, representa o verdadeiro plástico à americana. É a verdadeira chachada com o exagero bem à medida da América, na vertente mais aperfeiçoada e sofisticada.
Sarah tem tudo. Está ali para as curvas e nenhuma de nós pode dizer o contrário, os homens também pensam o mesmo e ainda que ela é inteligente e que tem presença simpática. Tem porte de arma, sabe o que um governador deve fazer, conhece o país no seus aspectos mais profundos, vem duma pequena cidade e dum pequeno Estado que a maioria dos americanos não conhece, ela pesca e caça, e é mãe de 5 filhos. Para enfeitar o ramalhete casou com o colega de escola, foi Miss Alaska, cresceu num meio agreste e conhece bem as dificuldades do clima. Foi educada por um pai que lhe ensinou que homens e mulheres têm as mesmas oportunidades. Profissionalmente bem empenhada, pessoalmente teve um filho num dia e no seguinte estava sentada à secretária a trabalhar. No mínimo fantástico!
Mas será que é este tipo de candidata que o eleitorado quer? E será que estes são os valores que ainda estão na ribalta, junto do eleitorado feminino nos USA? Ou pelo contrário as americanas preferem aquelas que podem tirar licenças de maternidade porque têm sistemas de saúde? E quantas mulheres americanas gostariam que os republicanos já o tivessem feito, por exemplo?
E quanto a Cindy McCain em relação a Michelle Obama temos dito.
A convenção trouxe muitas mulheres tal como a do Obama trouxe muitos afro americanos. Até aqui estão quites. A capacidade de apresentar nomes famosos e apoiantes à medida com mais ou menos plástico, também será idêntica. Resta ver o resto e eu aqui estarei.
Depois de assistir às duas Convenções fiquei com a convicção que Obama só ganhará se os apoiantes Clinton lhe derem os seus votos e será à "rasquinha" se o eleitorado hispanoamericano preferir McCain. Serão eles que vão determinar a diferença dessa pequena percentagem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sou analista político, por isso o que escreverei vale o que vale, ou seja, muito pouco ou nada para o efeito. Obama não ganhará. Precisaria de muitos votos Clintonianos e a história eleitoral norte-americana mostra-nos que isso não acontece. Como o McCain sabe isso melhor que eu e os votos republicanos estão garantidos, saberá adoptar um discurso de sedução dos democratas apoiantes de Hillary, quando o momento chegar. Quanto à senhora Palin, tem todos os ingredientes para o sucesso, como têm os hamburgers da Mac Donald's... but they're plastic, aren't they? ;-)
Há ali qualquer coisa que soa a pouco confiável...

Lina Arroja (GJ) disse...

Poderá ser verdade. As sondagens de hoje dão 44% "even". Palin, trouxe novas dúvidas na intenção de voto.