28/07/09

A segunda geração

Gosto desta segunda geração de arquitectos que fala com a simplicidade da primeira com uma ressalva - o projecto traduz o programa que o sonho ditou. O arquitecto faz arquitectura e o dono da obra não perde identidade.


Alvarinho Siza Vieira

6 comentários:

Anónimo disse...

Sem desmerecer Siza Vieira ( pai) tenho atravessado na garganta o projecto dele para a Av dos Aliados. Estragou a sala de visitas da cidade e, depois, Rui Rio deu-lhe a machadada final.

Mike disse...

Ah, os jovens, GJ... mas depois quando chegam à idade dos pais fazem como eles... ;D
Estou a desconversar, mas a verdade é se o seu post tivesse escrito há 35 anos atrás faria sentido à mesma, certo?
(Hum... acho que a GJ não me vai perdoar esta...)

Lina Arroja (GJ) disse...

Niemeyer diz numa entrevista que está cansado de explicar porque razão a praça tal não tem árvores. E acrescenta que os monumentos têm de falar por si. Têm de respirar e ser obra de arte.
Muitos arquitectos, incluindo Siza (pai)pertencem a esta escola. Normalmente têm razão, mas o tempo necessário para um programa redesenhar um projecto final com que nos identifiquemos é muitas vezes longo.
Por isso eu aprecio os arquitectos que tendo bebido na primeira geração, ainda não têm a idade arrogante para imporem o programa que pensaram para um determinado local. Se a tudo isto tivermos de incluir o consciente colectivo duma cidade, pior. O tempo para recomeçar uma nova identidade é demasiado penoso para deixarmos as árvores de fora, os bancos por fazer, a sombra e o convívio de quem a habitava. Foi isso que aconteceu na Av. dos Aliados, mesmo que a maestria do mentor venha a ter razão, no dia em que ele tiver 100 anos e nós alguns menos.

Lina Arroja (GJ) disse...

Claro, Mike. Só os mais velhos podem fazer o que lhes dá na gana. Os mais novos bem queriam mas os mentores não deixam e bem. Sabe porquê? Só os mais velhos podem transformar um desastre numa obra de arte apreciada por gente nova, atrair os mais velhos e levá-los a pensar que estão mais novos, esclarecidos e modernos. Enquanto os mais novos tentam explicar a natureza das coisas, os mais velhos transformam a ordem natural em natureza morta sem que ninguém dê por isso.)

Mike disse...

Assim é que é falar, GJ. Senti-me rejuvenescido. (gargalhada sonora)

Rita Roquette de Vasconcellos disse...

Ah! Cheguei de férias e percebi que se fala de arquitectura
Boa!

bjinhos