14/12/09

Itália, italianos e o resto

O caso da agressão a um dos mais alegados corruptos da esfera europeia não foi um acto que se recomende, é uma manifestação importante e não deve ser desprezada ou considerada um acto isolado. O mundo começa a não ter paciência para gente que continua sem pestanejar no poder, que o mantém sob controlo e com fortuna a condizer. O tempo em que as populações aguardavam pacificamente pela resolução dos seus problemas ou dos seus anseios está a rarear, o que por um lado é uma pena, e pelo outro extremamente perigoso. Itália não deve servir de exemplo a ninguém e muito menos no que toca ao uso da violência para resolver conflitos. É que a violência chama mais perigo, mais poder, outras armas que destroem e que para os europeus, em especial os dos países mais ao sul da Europa, ainda representam pouco tempo de liberdade democrática. Que não passe pela cabeça de italianos, espanhóis e portugueses o que já passa pela cabeça dos gregos e por aí fora. Neste caso, a união de interesses pela paz é um elemento que identifica os países que pertencem a uma comunidade e que só por isso é de todo o interesse manter viva e coesa. No momento em que a Europa se dividir pelos interesses políticos, uma vez que pelos económicos já se manifesta de várias formas, o Continente Europeu volta a ser apetente para outras manifestações bélicas. A geração de setenta ainda está a tactear em democracia e para as outras o tempo não é sequer correspondente à actual esperança de vida. Muito pouco tempo que não nos deve apetecer encurtar ou confundir.

8 comentários:

Anónimo disse...

Excelente reflexão, cujos presspostos também partilho. Creio que vivemos há anos num barril de pólvora e ainda ninguém percebeu.
Lamentável, é que os erros políticos da União Europeia comandada por Durão Barroso, já desvirtuaram por completo os princípios programáticos dos seus fundadores. Quando a Economia fala mais alto, há que temer pela paz. Nem imagina quantas vezes me tenho lembrado da crise de 29 e da única forma encontrada para a resolver...

Lina Arroja (GJ) disse...

É verdade, Carlos. Por isso é muito importante que o actual Presidente dos USA tenha sido distinguido com o Nobel da Paz. A velha Europa e a jovem América devem estar unidas mais do que nunca. Em relação à União Europeia ela é essencial para a coesão social. Apesar dos erros políticos não devemos deixar cair os princípios programáticos.Cada dia me parece mais importante ter uma voz activa no Parlamento Europeu. Por isso tão importante é saber escolher quem nos representa.

Mike disse...

Não nos apetece encurtar e muito menos confundir, GJ. Fantástico post. Como diz o carlos, uma excelente reflexão, GJ.

Lina Arroja (GJ) disse...

Ora viva para quem não tem tempo nem paciência (risos)

A disse...

GJ,
Subscrevo os comentários anteriores. A
Acrescento também que aquilo não se faz, bla, bla, bla,...
Agora confesso que, quando vi a cena, a reacção imediata foi: «Estavas mesmo a pedi-las!»

Lina Arroja (GJ) disse...

Todos nós pensamos o mesmo, Austeriana...daí termos de ter ainda mais cuidado com os pensamentos e as acções.

Brinquinho da cantareira disse...

EXCELENTE MESMO...

Luísa A. disse...

Absolutamente de acordo, GJ. Ainda que a Itália seja a Itália e os ajustes de contas se façam por ali com regras muito próprias.