09/12/09

Laços de família

As relações familiares são laços muito delicados. Contava-me uma amiga que este ano os irmãos andam que nem baratas tontas e ninguém sabe onde passará o Natal. A minha amiga é a única que fala com todos e tenta compreender o pai que, viúvo há um ano e com 72 anos, já tem uma companheira. Uma mãe faz muito falta e o primeiro ano passado sem ela, é um dos momentos mais tristes que um filho pode ter na sua vida adulta. Um primeiro ano natalício sem o pai é, igualmente, um dos momentos de maior desalento familiar. Mas o pior que pode acontecer é a família não ser capaz de homenagear o espírito de união, que toda a mãe e todo o pai devem ter deixado primar na educação e na passagem de valores aos seus filhos. Os filhos homens tendem a ser mais guerreiros nestas ocasiões e as filhas mais compreensivas. A diferença, se é que existe, é que as filhas não sentem que a memória da mãe esteja a ser desvalorizada, pelo contrário entendem que o pai ao fazer-se acompanhar de alguém e de considerar uma companhia no seu dia a dia lhes está a demonstrar a vontade de ser independente, de continuar a sua vida, de não ser um estorvo para os filhos ou um fardo para os netos. Ele está a tentar lidar o melhor possível e da única forma que sabe, isto é - viver acompanhado por uma mulher. Assim, é na geração dos nossos pais que devemos colocar os olhos enquanto temos tempo para nos perguntarmos como é, e como será um dia na nossa vez. Não se zanguem, por isso, os filhos e não se privem, por enquanto, os netos de celebrar as luzes de Natal, apenas porque uma nova cara se junta à família e partilha o carinho do dono da casa.

5 comentários:

Dreamer disse...

Cem por cento de acordo!

Lina Arroja (GJ) disse...

Bem vindo, Dreamer.

A disse...

Nem mais. Há que tirar o melhor dos anos que nos restam com os nossos, aproveitá-los, disfrutá-los. Nenhum momento se repete. Para bem de nós, ainda bem que alguns desses instantes não se repetem mas há outros, os que partilhamos com quem mais gostamos, que deviam ser eternos. E não são.
Um abraço e um excelente Natal!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

um ano é pouco tempo, GJ...e muito tempo para quem sente que ele lhe foge...

ana v. disse...

Apoiado! Quem me dera ter pelo menos um dos meus pais comigo neste Natal, mesmo que fosse acompanhado(a) por uma pessoa de quem eu não gostasse por aí além...