29/12/09

Nem só de expansão vive o homem

O Corte Inglés instalou-se no Outlet de Vila do Conde. Nada a assinalar se não fossem as condições inacreditáveis com que se debruçam as pessoas que trabalham no local de pagamento. Os senhores que conceberam o espaço não pensaram que naquele sitio iriam estar funcionárias durante o seu período laboral sem qualquer condição de trabalho e clientes que apesar da barateza das compras teriam de apanhar com o frio e o vento nas trombas. Se fosse em Espanha imagino que não teria sido aprovado, mas aqui tudo passa e não passa nada. O cliente refila, paga e desaparece para voltar a manifestar-se na próxima visita. O funcionário trabalha porque tem de ser e cala porque não tem remédio e é aqui que se manifesta a prepotência dos que se instalam no país dos outros, utilizam a mão de obra que não abre a boca e que ainda tem de se sentir contente porque tem emprego e ganha mais um pouco. Pergunto eu, se não seria tempo das inspecções de trabalho e quejandos estarem atentas a estas situações? Na minha opinião, um escândalo mesmo que pequeno comparado a outros que por aí possam andar. E mesmo que a economia se regozija com a iniciativa, é por estas e por outras, que é cada vez mais difícil não sentir o peso da responsabilidade social.

5 comentários:

Luísa A. disse...

Não me diga que os locais de pagamento são ao ar livre!... Há, de facto, níveis de exploração que, na situação de desemprego, bordejam a escravatura.

Mike disse...

Acho inacreditável.

Lina Arroja (GJ) disse...

O local de pagamento é no enfiamento das portas de entrada ou saída numa zona de ventos. Cada vez que as portas automáticas abrem, o que significa sempre que entra ou sai alguém, a ventania é um dispatate. As funcionários estavam de coletes e kispos e os clientes aguardavam um a um retirados da fila e encostados a um local mais ameno.
O que me revoltou foi os clientes a reclamarem e as funcionárias a responderem que a administração estava a ver o que podia fazer. Não se admite que ninguém tenha pensado ou que não se abdique de uns metros de merchandising.

LADY-BIRD, ANTITABÁGIKA, FÃ DO JOMI LOL E JÁ AGORA DOS NOSSOS AMIGOS ANTI-TECNOLOGIAS: MARCHANTE (se não existissem tinham que ser inventados) disse...

lololol...El Corte no seu melhor...e estão na linha da frente...=P
E a feira que eles montaram no Dolce Vita Tejo, que tem roupa, que nem na feira se vende (acho eu, que não vou à feira, mas sei de muito boa gente que lá vai, e não tem roupa tão "rascanhof" como aquela)?...mesmo, tipo o lixo, com 50% de desconto, para os pacóvios acharem que estão a fazer um grande negócio... é triste mas é verdade, os espanholitos estão a ocupar tudo à velocidade da luz (e o que é certo, é que no El Corte aqui em Lisboa, eles têm tudo do bom e do melhor, claro há que se paga bem e tem que se separar o trigo do joio, porque eles misturam tudo).
Até agora nos próprios saldos, eles têm lá roupa de outras estações misturada para quem quiser levar com uns míseros 30%...E não é que este sábado andava lá tudo louco com aquilo?
Enfim...
beijinhos GJ

Ricardo António Alves disse...

O Corte inglés era em Badajoz, quando ia aos caramelos.
Bom post, GJ.