28/02/11

Good-madness à segunda-feira!


Lauryn Hill - I just want you around

22/02/11

Nem mais, Ricardo!

Se tumultos no Ocidente me sobressaltam, as manifestações que têm assolado nos países muçulmanos ainda me deixam mais inquieta. Movimentos em prol da democracia em países deficitários dela, com angariação de adeptos através do facebook e utilização de recursos literalmente à mão, é uma moda que uma vez instalada não deve trazer nada de bom. O rastilho que começou na Tunísia e foi seguido no Egipto não tardará muito a tornar-se uma grande mancha no mapa geográfico,demonstrando o pouco que sabemos sobre as populações e o muito que vamos recordando sobre os governos, os aliados e a política de interesses. Nas últimas horas temos olhado para a Líbia. Kadafi, aos anos que anda a brincar aos homens honestos e quem o apoia ao gato e ao rato. A análise muito certeira aqui.

20/02/11

O Blogue das coisas simples e o meu Canada

"the fresh aspect is a glimpse into the things that make life interesting both at home in northwestern Ontario and beyond and includes, but is not limited to: surfing, photography, fish, wildplaces and simple existences." Eric Berglund

Lake Superior whitefish baked skin on
photo by Eric Berglund here
Não é a primeira vez que o trago aqui. Gosto deste blogue porque me remete sempre para a simplicidade das coisas da vida, algo que eu aprendi quando vivi no Canadá. Quando em Ottawa faziam temperaturas de "minus 35 Celsius", a única forma de as sobreviver era vir para a rua fazer o mesmo que todos os canadianos. Aproveitar o sol que não aquece mas tem um brilho e uma clareza divina, sentir o ar que arrepia a pele e nos greta os lábios mas que nos devolve o ritmo cardíaco da paixão. Andar de"snowmobile" pelos lagos,comer um peixe fresco acabado de pescar, mergulhar nas águas gélidas enquanto aguentamos e voltar a mergulhar assim que pudermos, dar uma caminhada na floresta enquanto é dia e os animais  não espreitam e fotografar, mesmo sem máquina, tudo o que vemos.
O Norte do Ontário é suficientemente místico para nos interessar por histórias e tradições de indios, com  lagos e  povoações que nos aparecem na estrada ficando a sensação que só mesmo o fantástico pode ter criado um país assim. É feito de movimento e áreas escondidas, tem curvas e montanhas e povoações como WaWa , é isolado e nalguns casos sem vivalma. Não admira por isso, que as pessoas protejam o que têm de forma tão intensa e possessiva. Fazem bem! Por isso, quando num país cheio de bom clima como o meu, bastam uns salpicos para nos cheirar a tragédia, aquelas imagens devolvem-me essa capacidade de apreciar as coisas simples de qualquer lugar.

18/02/11

Uma menina feliz e uma avó divertida

A minha neta Francisca é uma menina feliz, tem a cara risonha, olhos grandes e um jeito meio adulto de avaliar e olhar para as situações. No meio das comidas imaginárias feitas por ela e por mim saboreadas, observo o pormenor e o carinho que aquelas mãozitas colocam no que fazem. Divertimo-nos, as duas, eu com caretas e palhaçadas e ela com gargalhadas perante esta avó meio tonta que lhe conta histórias inventadas, dança e ri que nem uma macaca.  É muito bom ver crianças felizes e mimadas por quem lhes quer bem, e poder participar nestas brincadeiras é uma delicia.

16/02/11

Se o governador o diz


Acho, que se o Governador do Banco de Portugal, finalmente o diz, tem de ser verídico e já podemos acreditar!

Petizes à espera de atenção


Há tempos a Luísa usou a expressão "moda curricular". Na verdade, essa é a motivação de muitos dos nossos estudantes quando saem do país. Começam com o programa Erasmus, hoje parte quase obrigatória da licenciatura, em que aproveitando a oportunidade de ir para outro país durante uns meses se libertam da tutela familiar continuando, no entanto, a ser encargo e despesa paterna, divertindose e conhecendo outros locais. Raramente trazem outro empenho que não seja o de voltarem a sair mal acabem o curso, porque o que viram os deixou fascinados pelo número de locais de diversão e lazer que por lá encontraram, muito pouco pelos locais de trabalho que eventualmente possam vir a ter. Muito pouco pela cultura dos países que os acolheram e ou pelas oportunidades de trabalho que face ao seu país pensam encontrar. O tema volta a ser pertinente numa altura em que os jovens se reúnem na AR para, entre outras coisas, chamar à atenção sobre a sua, dizem eles, triste situação. Nunca uma geração teve tantos privilégios como esta que agora reclama nada ter. Para a maior parte a vida tem sido  fácil e tudo adquirido  sem grande esforço. Fazem parte da geração que nasceu com os audiovisuais, aprenderam em frente do televisor, do computador e conheceram a confusão do virtual pelo real. Mais ainda, são a geração do sucesso, nasceram a acreditar que tudo podiam atingir, esqueceram a parte do esforço, são os filhos das explicações e da  psicanálise familiar, são os pequenos habituados às creches e aos ATL desde a nascença, são petizes à espera de ser entretenidos e admirados por toda a proeza e que chegados à idade adulta não estão preparados para viver as adversidades da vida, recorrendo a quem está por perto para os livrar das situações menos agradáveis. Para uns são os cheques dos progenitores, para outros os cheques do comunidade, raramente pela recompensa do seu valor, porque aqueles que têm ambição metem pernas a caminho e vão procurar o que sentem de direito. E, mesmo que seja fora do seu país, não será nada de extraordinário comparado com outras gerações que tiveram de o fazer por situações bem mais graves como a guerra colonial ou o terem sido desalojadas à força do que era seu. Porque os jovens que hoje se queixam, e que cursos universitários têm com formação inclusivé no exterior, deverão estar à altura de outros  instruídos pelos mesmos sistemas de educação europeus, podendo se assim o quiserem e se esforçarem, competir em mercados mais alargados. É tudo uma questão de querer a luz do palco e o esforço dos bastidores sem estar à espera de ser permanentemente aplaudido.

14/02/11

Só mais uma volta


Tiago Bettencourt & Mantha - Só Mais Uma Volta

Afinal quem é que é parvo?

Gil Vicente - Auto da Barca do Inferno
A geração não é parva, escolheu foi o curso errado ou pelo menos a universidade sem futuro. Nos finais da década de oitenta, com um número de estudantes a rondar mais ou menos o mesmo da época anterior ao 25 de Abril, surgiu um boom de universidades privadas em Portugal.  Ninguém se questionou, na altura, o que iriam fazer todos os licenciados que a um prazo de 30 anos procurariam emprego. Apenas foram pensados os que sairiam daí a dez e, confiantes nos fundos comunitários, assim se foram organizando cursos, mestrados e doutoramentos. Pelo caminho, também fomos abrindo o mercado a estudantes estrangeiros que, uma vez formados em Portugal, não quereriam regressar aos seus países, nomeadamente, os da lusofonia. Portugal, passou a gerir a formação universitária da mesma forma que a formação profissional, ou seja, procurando os cursos que o ministério aprovaria através das verbas em curso e menos pelas necessidades do país. Os estudantes foram surgindo gradualmente, com a certeza de que uma vez não tendo médias no sistema público, tal não seria problema para escolher um curso junto duma instituição privada. Para além das faculdades surgiam igualmente os institutos superiores que rapidamente ofereceram licenciaturas e finalmente com o acesso a Bolonha, os licenciados passaram a ter um mestrado integrado numa área do saber cada vez menos aperfeiçoada. No entretanto, o mercado de trabalho foi estagnando, as importações foram aumentando, a globalização promoveu a deslocalização de empresas para outros mercados, o preço da mão de obra foi ficando cada vez menos competitivo e eis que os primeiros desempregados licenciados aparecem nas listas dos centros de emprego. Se no início, a retoma era fácil, à medida que outros licenciados foram saindo das universidades, as listas de jovens à procura de emprego foram engrossando, passando estes candidatos a desempregados de longa duração, a prazo não muito longínquo. Para muitos, a solução foi continuar os estudos, passando a integrar novos cursos de pós-graduação, alimentados pelos subsídios comunitários, concorrendo também para isso, os estudantes das universidades públicas, que entretanto, também aumentaram em número. Para os pais, estes jovens passaram a representar um custo acrescido, e que não tinha sido previsto, passando agora não a contribuir para minimizar as despesas domésticas, mas pelo contrário a contribuir para o desemprego dos mais velhos. Os pais tiveram de encontrar empregos a dobrar tirando o emprego aos seus e aos filhos do alheio. Ironia das ironias, os jovens que se dizem parvos ditaram regras aos pais que os fizeram nascer, tiveram de os educar, pagaram escolas e universidades, sustentaram-nos até idade tardia e ainda tiveram de se reformar antecipadamente para lhes dar o emprego precário, que é pago por subsídios ao emprego. Quem é parvo não sei, ingénuos suspeito, mas que andamos a fazer figura de parvos não tenho dúvida.

06/02/11

Italiana, 54 anos,polémica e corajosa mãe


Gianna Nannini - Ti voglio tanto bene - Io e Te