13/03/11

Tudo bem

Estava enganada e o que me parecia uns tantos no início da tarde deu origem a 280 mil ao final do dia. O silêncio deu origem a algumas músicas e a alegria manifestada, os mastros mostraram as bandeiras e os cartazes, em todo o país a manifestação foi ordeira. Aos jovens juntaram-se outros segmentos descontentes e com o elemento comum de estarem à rasca. A ideologia continuou a não existir e o grito ou palavra de ordem foi a precariedade. Do emprego, dos benefícios sociais, das reformas. O manifesto descontentamento pelo actual governo foi visível e a demissão de Sócrates esteve nos manifestos. Alguns acreditam, muito ingenuamente, que a queda do governo trará o oposto às palavras dos cartazes, abundância, empregos estáveis, garantia de subsídios e outros complementos sociais para a vida. Houvesse conhecimento político e saberiam que assim não é. Pela positiva ficou a capacidade dos cidadãos, que outrora estariam em casa, terem vindo para a rua manifestar o seu direito à rebelião, mas isso não impede que esta manifestação tivesse sido ditada pela experiência de não querer ficar atrás de outros jovens que, através do facebook, convocaram concentrações pela democracia. Em Portugal, a democracia está em perigo, os movimentos que a pretendem abalar andam por aí à espreita de uma oportunidade. Para a proteger devemos saber esolher quem nos governa. Foi isso que o povo fez nas eleições anteriores. Um povo que vota num Presidente que quer governar e num governo que não zela pelos seus interesses é um povo precário e à rasca que necessita urgentemente de se reavaliar.

2 comentários:

mfc disse...

Concordo contigo... mas discordo num ponto.
Quem escolheu o Governo?
... 50% de mal informados que votam clubisticamente (Eu sempre votei no "tal"!)
Estive ontem na manifestação no Porto por essas e outras razões!
Senti a vibração do querer daquele imensidão de pessoas!
Espero que isto se traduza em votos contra uma classe política que não nos representa!
Apeá-los, democraticamente, é um imperativo.

Mike disse...

Colega, desta vez estamos 100% (leu bem... 100%) de acordo! Assustador mesmo é, para além de um povo que precisa de se reavaliar, não saber como fazê-lo.