A propósito da
vergonha da Dulce lembrei-me do baptizado de sábado passado. Chegado o momento o sacerdote chamou os avós. Para os amigos, nada de especial porque já estamos habituados a que a família seja fora do comum, mas o padre não esperava por tanta gente. Apresentou-se o avô materno e companheira, a avó materna, o avô paterno e companheira, a avó paterna e companheiro e ainda os bisavós maternos acompanhados das respectivas e respectivos portanto quatro em vez de dois, mais o bisavô paterno. Uma família que apesar de ser diferente não é disfuncional. Em vez de sair um e entrar outro, acumulam os novos e os antigos à mesma mesa. Na verdade, uma mistura de gente que apesar das divergências consegue estar harmoniosamente em paz com as escolhas feitas. Não é vulgar e quem não os conhece não entende, mas eu que os vejo com oitenta, sessenta e cinquenta e tantos anos só lhes encontro juventude e paz de espírito no olhar. Se é um exemplo a seguir não sei, mas que é uma forma de manter unida uma família que à partida estaria condenada é, sem dúvida. A proeza tem no entanto dois protagonistas - um bisavô emprestado que se revelou um verdadeiro elo e uma neta verdadeira que a todos empresta a sua amizade. E assim, uma família fora do comum reune duma só vez quatro gerações.
14 comentários:
Deve ser divertido de assistir!
:-)
Caminho a passos largos para a "família fora do comum", GJ. Não tenho orgulho especial nisso, apenas no facto de, na essência, se continuar a chamar família. ;)
(Divertido este post... e a situação, como dia a Ana).
... diz...
GJ
Acho que em todas as famílias,para se manterem juntas e unidas, têm sempre um elemento à volta do qual tudo gira: a alma da família."Os meus, os teus os nossos" tendo pelo menos um elemento que os una são por vezes, uma familia mais unida que"os nossos".
Tenho vindo visitá-la mas irei começar a marcar presença...escrita!
Ainda não conheço nenhum caso assim, GJ, mas penso que para lá caminhamos a passos acelerados. Todos os meus amigos (eles e elas) já contabilizam vários «ex» e filhos de mais do que uma proveniência e as circunstâncias acabam por forçar encontros frequentes. A nossa geração ainda não ultrapassou inteiramente certas tensões, mas a dos nossos filhos já vai conseguir reunir à mesma mesa famílias constituídas em diferentes momentos e com diversas e complexas ramificações. É talvez o regresso, por caminhos originais, à velha e alargada família patriarcal, com menos filhos e netos (per capita) mas mais cônjuges e ex-cônjuges. :-)
Tu, eu, teus, meus... nós.
E é no nós que está tudo :-)
grande honra de fazer parte do significado de familia de todos os presentes .. embora a alguns por sangue , outros não... mas que pro caso de nos sentirmos familia ( pouco interessa ).
Adoro ver o meu avô com ttas noras..quando consegue juntar as 1as e 2as mulheres dos filhos :) -- Ele fica todo feliz !ehehe
um abraço amigo ,
Bernardo Baltazar
Que família tão gira, GJ!
A minha é um bocadinho parecida, e também nem toda a gente a entende.
Acho óptimo, até porque quando assim é, quem ganha sobretudo com isso, são os mais novos, como é o caso da querida netinha.
Beijinhos :)
Olá Bernardo(BB), gosto de te ver por aqui.Bela família a tua. E é verdade, eles ficam felizes e nós também.
Beijinho
essesGJ
Eu estive num enterro na semana passada onde havia dois ex genros e uma ex nora, com os respectivos atuais. Você já ouviu falar de maior expressão de afeto do que esta a um ex sogro?
O que eu me ri com este post!
E o que deve ser de bom, quando, ultrapassadas as quezílias ou incómodos se alarga o significado hoje tão maltratado da palavra família!
Bem haja, GJ!
Ana e Mike é divertido e reconfortante verificar que as feridas saram e que é possivel escolher o que é mais importante. Neste caso, a família prevalece. E o que é a família senão um conjunto de elementos uns mais outros menos mas que se mantém unidos pelo mesmo cordão?
Como diz a Luísa é o retorno ao antigo conceito patriarcal, só com outros personagens e com os nossos como aponta a Fugidia. Como acrescenta a Ana Paula e a Si são novas famílias que nascem e concordo totalmente com a Bacouca quando diz que é necessário haver quem faça a união.
Dulce, lindo o seu exemplo. Os ex-sogros continuarem presentes é uma atitude de inteligência e carinho bilateral.
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