09/09/10

Mais-valia e riqueza

Há dias em Maputo a população insurgiu-se pelo aumento do preço do pão dando origem a desordens e mortes. Joaquim Chissano disse mais tarde que a população não sabe que Moçambique não produz todo o trigo necessário para abastecer o país. Acrescentou, que a população tem de ser ensinada para poder compreender o processo. O pão é um dos alimentos base da alimentação dos pobres. Moçambique está entre os 10 países mais pobres do globo. O governo acabou por ceder às exigências da população.
Na Índia, a população fez greve porque o preço do arroz aumentou. O consumo de arroz naquele país representa o principal bem de consumo e é o alimento dos pobres. A população, apesar de ter mais acesso à educação continua a pertencer ao segmento mais pobre do globo.
Em Portugal, o governo inaugurou esta semana um conjunto de escolas e jardins de infância. As famílias mais carenciadas são as que têm um maior numero de filhos, diz-se que é necessário ensinar os métodos de prevenção da gravidez, em especial na adolescência. O número de mães solteiras em idade escolar tem vindo a aumentar, bem como o número de desempregados e de pessoas dependentes de subsídios do Estado. Segundo um relatório da OCDE, Portugal está em 20º lugar entre os 31 países que fazem parte do estudo sobre as verbas atribuídas por estudante. Em 2007 o país gastou 5189 euros por aluno face aos 11089 euros que os Estados Unidos atribuíram ao seu estudante. Ou seja estamos entre os menos gastadores, mas incentivamos os nascimentos e utilizamos fundos comunitários para construir jardins de infância.
A educação é a maior mais-valia de um povo, porque é a única arma, que a seu tempo poderá tirar um maior número de pessoas, em massa, da miséria e por isso é fundamental continuar com as politicas de educação que efectivamente ensinem. Construir espaços e fechar outros não será a solução melhor ou pior, é seguramente a mais fácil, e a população compreendendo o processo continuará tranquilamente sentada a aguardar pelo seu pão. Eu preferia que a população soubesse que viver de subsídios não é um modo de vida, e que é necessário criar outras fontes de riqueza em vez de continuar a encher o papo. E assim sendo, continuo a apoiar todas as medidas que conduzam a melhores meios de formação e educação desde pequenino a crescidinho, mesmo que pelo meio haja gente que nunca vai passar e outros que não deixarão de o fazer.

4 comentários:

Bacouca disse...

GJ
Concordo totalmente! A mais-valia e riqueza de um povo é a educação e a formação. Só assim se adquire um povo com consciência civica sabendo concrectamente os seus deveres e direitos. Desde pequenino beneficiando de um ensino diversificado e sério tornar-se-à um adolescente e adulto com interesse pela sua comunidade onde se insere,pela qualidade da mesma, pela necessidade de ter bons hospitais, boas escolas, bons transportes, bons e variados espaços culturais, contribuindo com o seu trabalho sério e honesto.
Será assim tão difícil?
Beijo

Dreamer disse...

Também concordo. Sem educação, não se passa de um povo crédulo, que só sabe ver futebol e beber cerveja, sem se preocupar com o que acontece na sua terra (onde se ouve falar de crise?, e que prefere perder os dedos só para mostrar os anéis.

Lina Arroja (GJ) disse...

Ainda este fim de semana no Expresso vem um artigo sobre os portugueses que não sabem ler e escrever. O pior é que não são pessoas de idade mas jovens que não conseguiram aprender por ser difícil. O estado do interior do nosso país ainda é lamentavelmente atrasado e pobre.

Bacouca disse...

GJ
Li esse artigo no Expresso. É triste que em 36 anos tão pouco se tenha feito, principalmente no interior, quando tudo estava por fazer, segundo dizem. E é difícil porquê? Como são incentivados? Há coisas que eu não percebo porque acontecem...
Beijo