13/06/11

Quotidianos do Porto

Livraria Lello
O taxista que nos levou ao aeroporto não se queixava da vida. Tinha clientes certos, corridas generosas e estava bem relacionado. Para além de fazer ginásio com o antigo futebolista Fernando Gomes, de saber onde morava um conhecido economista nortenho e onde passava férias o ministro das finanças, ele conhecia os Resende, os Menezes e os hábitos de jogging do senhor Jóia. Sabia, igualmente, que eu não o acompanhava, mas ficou-se por aqui. Deve ter achado bem! Eu fiquei feliz porque não fosse o diabo tecê-las e o homem se tornar demasiado inconveniente. Primeiro, porque por aquele andar ainda punha o meu Jóia em apuros e podia dar-se o caso do taxista reconhecer o joelho esquerdo da minha vizinha da frente junto de um pé direito que lá teria de caminhar torto um dia destes. Segundo, porque com um pouco mais de atenção e o cavalheiro ficaria a reconhecer-me para o resto dos meus dias.
Por outro lado, é um regalo ver o Porto cheio de turistas.O terminal de Leixões ampliado para receber navios de cruzeiro e recentemente inaugurado deverá ter influência. De qualquer forma, a cidade anima-se com gente de máquina ao peito e coloridos chapéus. E já agora, mencionar que a Lello se enche logo pela manhã com gente de toda a parte e que ainda mantém o chão com o tradicional cheirinho a madeira encerada à moda antiga.
Com a passagem das eleições, parece que as obras de manutenção da CMP diminuíram, o que facilita o transito e a visita à cidade. Chegou-me aos ouvidos que um número elevado de engenheiros vão ser dispensados por falta de obras na cidade.
Finalmente, é divertido verificar que chega o momento em que os filhos são mais conhecidos que os pais, e que a fase em que éramos os pais do A ou do B foi substituída por aquela, em que ao entrar no avião nos perguntam se somos da família do A ou do B, que por sinal são nossos filhos ou nossos sobrinhos. Por isso é com um sorriso nos lábios que partimos e regressamos ao país e à nossa cidade.