Eu sei que não se fomentava o direito à felicidade, mas uma ou outra hora a mais nas escolas fará, assim, tanto mal às crianças e adolescentes?
Estou naquela idade em que a frase - no meu tempo... - nos morde a língua, mas que dá muita vontade de dizer. Eu também sei, que sair das aulas às 18 horas e entrar às 8 ou ter aulas ao sábado de manhã, como acontecia antigamente, não dava o mesmo tempo para actividades complementares e de lazer. No entanto, pergunto: terei ficado com problemas psicológicos, falta de visão, com menos felicidade, com menos escolhas a não ser as dedicadas ao desporto? Será, que poderia ter sido uma melhor pessoa adulta?
Pertenço à geração dos menos tonificados na adolescência, é verdade, mas nem por isso terei ficado na prateleira. Vejo as crianças com actividades em catadupa para preencher os tempos livres, pais aflitos com a gestão do tempo dos filhos, gente que, tendo tantas experiências e hipóteses de escolha, entram e saem delas sem ter tempo de aquecer o lugar da escolha, adolescentes que habituados a estar ocupados por actividades escolhidas por outros, se fartam, se cansam e chegam à idade adulta sem interesse e apenas com fastio. Vejo, gente demasiado empenhada em proporcionar a ideia de felicidade sem nunca a atingir. E pergunto, deverão estas crianças ter tempo a mais para o lazer e menos para o trabalho, como aspiração e tendência dos adultos da geração dos seus pais? Deverão ter no início mais trabalho para poderem escolher mais lazer no futuro? Ou, será que devem ter mais ocupação na escola e menos trabalho escolar em casa? São questões que não posso deixar de colocar, quando se debate uma hora a menos nas escolas e que, segundo alguns, apenas representa uma redução de meia dúzia de milhões de euros.
17 anos
Há 4 meses
5 comentários:
Infelizmente, creio que há um «conceito financeiro» por trás...
Enquanto for o excel a mandar...
Isto está tudo tão complicado e já nem podemos confiar no excel...
Eheheheh... (nunca confiei). :-)
Tem toda a razão! Eu estava num colégio interna e tinha tempo para estudar, ler, pintar, tocar piano e brincar.
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