S. Martinho tem-me recebido pela tardinha e apesar do mar ainda não ser meu este ano, pelo menos a areia e a sombra que a barraca me proporciona pertencem-me. Levo um livro mas o que me prende são as conversas e as risadas à minha volta. No primeiro dia, senti os olhos que me perguntavam o que tinha acontecido, onde estavam os fatos de banho, os meus banhos de mar, as minhas passeatas e o que fazia o Sr. Jóia sozinho na praia? Na verdade, há coisas que ainda faltam para tudo parecer normal e como dantes. As tardes vão devagar como tudo o que diz respeito à recuperação e o tempo é o nosso melhor aliado. Como passei muitos dias com as minhas preocupações, o reinicio das conversas e das histórias têm levado algum treino, é fácil cair na tentação de falar do mesmo ou de deixar que as conversas andem à volta das mesmas perguntas. Eu sei que a preocupação e a curiosidade é própria de quem me quer bem, sei igualmente que é difícil, eu própria, deixar de lado o que me pôs ao lado durante muitos dias, devo deixar ao tempo, o tempo de se encarregar de fazer o seu melhor, porque ainda não é desta que vou deixar de escrever sobre o cancro. Para o ano que vem tudo já deve ter entrado na rotina habitual, só me resta esperar, e então poderei fazer a dois o que ainda não é possivel este Verão. O Miguel e a Maria João que já vão mais avançados que nós, bem o dizem e melhor o escrevem e eu fico feliz por eles.
17 anos
Há 5 meses
4 comentários:
É muito bom, GJ, dar conta desse seu «começar de novo». :-)
Recomeçar devagarinho, sem pressa, com um livro ao lado...
Fique bem, GJ.
GJ
Como é bom começar de novo! Aproveite da melhor maneira, fazendo o que pode hoje fazer.
Eu estou num processo inverso: cada vez vou podendo fazer menos, mas todos os dias faço aquilo que posso ainda.
E a vida só pode ser vivida assim senão não vale a pena!
Beijo
A vida só faz sentido se a vivermos devagar e dando-nos conta disso.
Bom mês de Agosto para todas.:-)
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