Por mais que tente o espírito volta sempre ao mesma tema, por isso não tenho escrito. Tal como no período da gravidez, em que todas as mulheres nos parecem mais grávidas do que o costume, vivo hoje um tempo em que as histórias ligadas ao cancro me seduzem mais do que quaisquer outras. Por isso não tenho escrito, para não aborrecer quem me lê porque as coisas do cancro só interessam a quem o tem, teve ou o vive de perto. Para os outros caímos no risco de nos tornarmos uns chatos. Por isso continuo à procura do
my new normal.
7 comentários:
Ainda que por razões ligeiramente diferentes, percebo o que diz. Há uma altura em que o "tema" talvez seja a nossa catarse, a nossa obsessão, o nosso vício - ou a simples esperança de esconjurar fantasmas. Não há pior - e percebi isto pelos mais infelizes motivos - do que alguém nos dizer, munido de uma compaixão desconhecedora: "agora vamos falar de coisas divertidas".
GJ, posso não gostar do tema – ainda não perdi o medo a certas palavras – mas gosto de a ler. E gosto de sentir que partilha connosco algo de muito seu. Eu também gostaria de conseguir partilhar assim… mas ainda não perdi o medo a certas palavras. :-)
Gosto muito de a ler e da partilha que faz. Por mim, pode falar à vontade do que lhe apetecer, que virei aqui todos os dias para ler o que tiver para dizer.
GJ,
como em tudo, há um tempo em que é preciso falar/ler/pensar/falar/ler/pensar/falar/ler/pensar, sem parar.
Até que um dia... se pára.
Ou melhor, se repara que foi esmiuçado e digerido, faz parte de nós e está aceite o que nos aconteceu.
Estou sempre aqui, a lê-la com gosto.
Apenas a fazer o que comigo já fizeram, noutras situações, sobre outros «assuntos».
Comigo não corre o risco de ser chata: i´m just here.
:-D
Falar é bom
escreva sim
sempre que lhe apeteça
ajuda!
há pessoas que não sabem escrever!
bj
Abraço a todos(as):-)
Tenho passado muita vez sem deixar rasto. Mas hoje, não.
Hoje páro para dizer algo muito muito simples: falar do cancro, quer para quem está a vivenciar no próprio corpo a experiência, quer para quem tem familiares que sofram dessa patologia, é quase que uma "obrigação".
Obrigação de mostrar que há mais vida para além do cancro (frase feita? Não!), obrigação de mostrar que há cancros curáveis, obrigação de mostrar que a força, a coragem são determinantes, obrigação de minimizar medos.
Tenho tido, cara GJ, variadissimos casos de cancro na familia, por isso, sei muito bem do que falo.
Portanto, e por favor, sempre que lhe apeteça fale sobre o cancro, assim, chamando-o pelo nome.
Penso ser esta uma das melhores formas de ajudar a exorcisar medos, quer a quem já sofre da doença, quer a todos os outros.
Abraço.
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