De vez em quando os CTT põem a mercadoria em saldo. Entre o saldo e a promoção vai apenas um salto. É uma figura de estilo que pode ter vários significados. Neste caso, é mesmo preço mais baixo, desconto em percentagem, não sei se me faço entender. E o que é que os CTT vendem, para além dos produtos óbvios como selos, estacionário e serviços postais? Os CTT vendem livros. E livros é aquilo que um leitor apaixonado acha sempre que precisa de comprar. O prazer de passar os olhos e as mãos pela capa, pela contracapa e gesto imediato pelo índice, pela leitura de trás para a frente é um luxo com o sabor de iguaria.
Foi assim, que o "Diário das Minhas Viagens", Angelina Jolie, Casa das Letras, 2003, com tradução de Inês de Sousa me veio parar às mãos. O livro não está nem bem, nem mal. O livro está sem pretensões da autora, e é o apanhado de uma viagem por diferentes países de África. Fica o despertar humanitário de alguém que provavelmente nunca teria conhecido realidades e contribuído voluntariamente com os seus recursos humanos e monetários se não fosse uma celebridade. Pelo facto deste blogue ter a sua imagem, eu não podia deixar de mencionar o meio -CTT- através do qual cheguei ao conteúdo do livro e ao trabalho benemérito de uma artista que podia ter ficado por Hollywood. De vez em quando vale a pena pensar que há pessoas que parecem e são.
Numa semana, em que foi inaugurada a Feira do Livro do Porto debaixo de polémicas várias vale a pena pensar também que é com iniciativas simples que as pessoas encontram prazeres inesperados. E vale a pena pensar que os livros precisam de ser manuseados, olhados e apreciados lado a lado, em perfeita competição de títulos, autores, editores e preços.
17 anos
Há 4 meses
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