É tão raro atribuirmos prémios com nomes de professores, que não posso deixar de mencionar o Prémio Manuel Baganha que a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) vai atribuir ao Economista Revelação 2008. O Prémio não é original já que outras Universidades o têm feito, pela mão daqueles empresários filantropos bem ao gosto do Joaquim.
O que me leva a escrever é o homem em si. O Professor Baganha era talvez um dos professores mais austeros da FEP, homem de feições duras, esguio no porte e seco nas palavras, fumava cigarro atrás de cigarro, as suas aulas no anfiteatro 101 devem ser lembradas por quem foi seu aluno. Mas o Professor Baganha era o único académico, que mal o aluno concluía a licenciatura, o tratava por Colega. Durante anos, Manuel Baganha cruzou-se comigo quase todas as noites. Eu comprava o jornal, ele comprava cigarros. E nunca deixou de dizer "Boa noite, Colega!"
O Prémio Economista Revelação, não podia ter melhor mentor. Ele era na verdade, uma revelação humana e o símbolo de uma ética esquecida.
17 anos
Há 4 meses
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