Este ano, a minha praia do costume está diferente. Ela foi invadida por franceses, ingleses e americanos verdadeiros, daqueles que dizem
hotdog e
pommes frites e gostam de
red wine servido a copo às 5 da tarde. Penso que dada a proximidade do campo de golfe de Óbidos, o imobiliário que se foi vendendo especialmente a ingleses e respectiva divulgação feita pelos próprios, a terra se internacionalizou, deixando os meus conterrâneos, por um lado, à deriva e assustados com tanto estrangeiro a usar e a comprar os nossos produtos, e por outro a esfregar as mãos de contentamento provisório. Claro, que esta grandiosa alteração veio provocar igualmente um aumento não dos preços, que esses já estavam previstos pelos comerciantes atentos ao aumento do iva e outros impostos, mas da oferta de comes e bebes. Assim, para além dos habituais cafés e esplanadas de verão, temos mais cafés e mais esplanadas o que se traduz numa maior variedade de sandwiches, sopas, e saladas, que substituem as empadas, rissóis, croquetes,pastelinho de bacalhau e chamuchas de sempre. Mesmo assim, ainda não temos um belo sortido de quiches, antevendo-se um nicho de mercado que será aproveitado no próximo verão,aliás, eu própria estou a equacionar candidatar-me a empresária de tartes doces e salgadas já este ano, dada a minha disponibilidade sombria e enquanto o negócio se mantém longe do fisco. Para além destes novos atractivos, S. Martinho inaugurou um novo take-away de jovens em idade apropriada para os novos e atraentes países no final das férias. É que com tanto estrangeiro(a) os namoros vão pegar e vão dar que falar até ao natal, época em que as esplanadas darão lugar a verdadeiros pontos de pasmaceira, a menos que os bifes se mantenham cá na terra.