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03/03/08

...joaninha voa, voa...

"...joaninha voa voa que o teu pai foi pr'a Lisboa..."
E joaninha voou! Joaninha voou para onde estava o mundo. Joaninha foi à procura da movida madrilena e no meio da multidão, ela irá encontrar o seu mundo. Outrora patinho feio, hoje cisne branco como o cristal, corpo franzino e olhos brilhantes de excitação, joaninha voa pelas ruas da cidade. Com a mente sem névoas ela voa para o seu primeiro emprego, para a sua segunda casa. Tal como das outras vezes, o ninho ficou mais leve porque joaninha voou.
Pelas ruas de Madrid, ela voa sentindo a liberdade no rosto, olhando as montras com belos vestidos, sapatos e jóias que um dia serão dela, comprados por ela, com o dinheiro ganho por ela. Joaninha mulher, vivendo os primeiros minutos de liberdade e os últimos de menina. Daqui a umas horas será o primeiro dia, o lugar está lá à sua espera, dela apenas alguns saberão coisas miúdas, sem consequência.
Logo à noite quando joaninha regressar a casa, os pés doridos e o pescoço cansado, cairá na cama com o peito cheio de felicidade e a satisfação de que amanhã novo dia virá. Entre o cair na cama e o adormecer joaninha vai lembrar-se de levar uns sapatos com salto mais baixo, uma camisola menos decotada e as unhas impecavelmente pintadas de cor de carmim. E com os olhos semi cerrados joaninha ouve a voz do seu papá lá longe em Lisboa, e adormece com um sorriso nos lábios.