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13/11/10
Amor peregrino
Não foi fácil regressar mas aqui estou, as malas já estão desfeitas mas o pensamento ainda vagueia por outras bandas. É sempre assim quando partimos por tempo incerto, temos de redescobrir o que deixamos e reanimar o que ficou enquanto choramos o que deixámos. Encontro motivos para querer continuar mas falta de energia para quebrar o que deixei e pergunto-me se não é demasiada liberdade que tenho em mãos face a tantas outras pequenas realidades. Pergunto-me se não é demasiado alguém estar a fazer uma peregrinação por mim. Eu que apenas sou corpo e mente e um dia me transformarei em pó. E pergunto-me se valho tanto sacrifício, eu que felizmente me sinto bem, que acredito estar curada e que sou apenas uma pequeno grão no solo. Não é fácil aceitar e agradecer os sacrifícios de quem nos quer bem sem termos de os justificar ou questionar. Acima de tudo não há palavras, há actos e há amor.
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22/12/09
Viver em esperança
Hoje saí do hospital, tenho um bocado a menos de corpo e um bocadão a mais de esperança. O próximo ano será difícil, não o planeei assim, vou ter de levar o dia a dia conforme conseguir sem saber o que me espera, apesar de saber o que me vão fazer. O ano que termina foi intenso, cheio de coisas dentro da agenda, com a possibilidade de ter todo o tempo do mundo à minha disposição. O casamento dum filho, uma neta a festejar o seu primeiro aniversário e a dar os primeiros passos, uma fantástica viagem pelo Brasil, projectos a dois e um sem número de outras frivolidades apaziguadoras. Termina de forma não encomendada e não merece a pena perguntar porquê, foi! Teve de ser como tinha de acontecer, o cancro aparece quando menos o desejamos, nunca o desejamos, mas ele existe para todos e desta vez fui seleccionada. A intervenção foi feita e o regresso a casa e aos meus em vésperas natalícias. Este ano a árvore ainda a fiz, o peru e o bacalhau será feito por quem me os viu fazer nos anos anteriores. Os doces serão por mim orientados e a mesa continuará a meu cargo com a ajuda de quem já a fazia. A mesa estará maior porque a família cresceu e é assim que deve ser. O ano termina de forma desajeitada mas não triste. O ano que vem será diferente e quando o cabelo me começar a cair não sei o que sentirei. Neste momento sei que vou adiar os meus planos por uns meses, que outras coisas estão primeiro, sei que vou lutar com toda a força que tenho e sei igualmente que por aqui continuarei não da mesma forma, não com a mesma assiduidade mas com alguma regularidade. Duma coisa estou certa, só o amor pelos outros e pela vida nos dá resistência para ultrapassar todos os lados negativos que porventura a vida nos apresenta. E é nestes momentos difíceis, em que nada faria prever o que nos atormenta, que desejamos intensamente que o hoje tivesse sido ontem para podermos dar todo o tempo que não temos a todos os que dele necessitam. Viver em esperança, acreditar e deixar que a medicina nos ajude tal como a seiva que alimenta a árvore da vida.
17/07/08
O ensaio, a vida e a razão


Igualmente numa conversa bem mais antiga Clara Pinto Correia, bióloga, recordava que "serão os nossos filhos a repor o ritmo do tempo". E o argumento de Clara era que tudo se faz a correr e que alguém terá de repor a ordem natural do tempo e da espécie. E para isso necessitamos de outras gerações. Um velho amigo dizia que a ordem natural das coisas leva três gerações a ser alterada ou conseguida. Tudo se faz do avô para o neto, dizia o Paulo.
E também recolhendo outras palavras, desta vez de Pedro Mexia "tudo se ensaia, todas as pessoas que admiramos fazem bem aquilo que fazem porque ensaiam. Talentos, milagres da natureza e casos de génio também ensaiam. Ganhamos músculo e inteligência. O ensaio tonifica e entusiasma, o ensaio é uma tentativa tal como a nossa existência é uma tentativa."
A questão da existência, da sobrevivência, da espiritualidade, da ética e dos valores são transversais e acompanham o Homem desde que ele existe. O que nos perguntamos de tempos a tempos é como é que iremos dar conta do recado. E em épocas de viragem do mundo e das gentes, não falta quem apregoe curas e milagres. Felizmente que a razão não nos abandona nessas ocasiões.
08/07/08
Dar tempo ao tempo



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