08/07/08

Dar tempo ao tempo

Corria o ano de 1990 e às 6:15 daquela manhã do dia 8 de Julho saia do imenso mar a jóia que o porto da cidade viria a abraçar. Dali em diante, o navio que a tinha trazido ficou atento no cais. Uma vezes pensou em partir, mas ainda não tinha chegado a hora. Procurou abrigo fora do cais para não enferrujar, pintou o casco e colocou bandeiras, lançou foguetes e organizou festas. Chamou visitantes para o distraírem, divertiu-se e chorou com saudades das águas calmas e tranquilas daquele oceano anterior, mas manteve-se alto e orgulhoso, tenaz e confiante. Hoje continua no porto de abrigo, mas tem a certeza que daqui a uns dias poderá partir em direcção ao Mar da Inglaterra, levando quem trouxe há18 anos atrás. E nessa nova viagem, o navio vai mais lento mas orgulhoso do dever cumprido, passará por pontes, chegará a outras cidades mas nunca deixará de zelar pelas pontes e manter a jóia brilhante e radiosa.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ele há deveres que nunca se dão por cumpridos... ;)

Lina Arroja (GJ) disse...

Verdade que só o tempo nos ensina :)