Numa altura em que andamos preocupados com a crise, que não é apenas do país, mas da União Europeia e do colapso do Euro, o PSD anda empenhado em envolver o partido num clima de afectos. Aproximar os portugueses com beijos e abraços pode ser interessante, não me parece contudo que seja isso que vai levar os portugueses a ficarem entusiasmados com os dias de porta aberta e movimentos em prol da figura do simpatizante. Mas posso estar enganada, como tantos portugueses que gostariam de ver o país a andar em vez de estagnar. Pedro Passos Coelho tem de apresentar medidas que o distingam de Sócrates. Até agora, vi um role de sugestões, uma check-list do que deveríamos fazer. Mas como vários analistas têm afirmado, ninguém se tem preocupado em apresentar medidas para hoje e amanhã. A bancarrota tão pouco desejada e que se mantinha fora do pensamento dos portugueses mais ingénuos está à vista e não me parece que sejam os bons afectos que a vão parar. Não vale a pena perguntar se vamos ser, se somos iguais à Grécia ou se também aqui as pessoas irão para a rua. O que importa é evitar que tal aconteça. O povo tem sido sereno em muitas ocasiões, somos pacíficos até um dia, fizemos uma revolução exemplar sem sangue, até quando aguentamos é a pergunta que devemos fazer.
5 comentários:
Essa é a grande pergunta. Até quando aguentamos mais? Os grandes economistas, homens de saber feito, competentes, continuam a alertar para os perigos que já não se limitam a "espreitar". Estão aí, à vista de todos nós.
Porque será que os responsáveis não vêem? Porque será que nos encaminham, teimosamente, para a ruina? Porque será que comprometem presente e futuro?
Até quando?!
Abraço.
GJ
Também eu pergunto: até quando? Acho que a maioria dos portugueses não vê solução para o país e vai vivendo o dia a dia, tentando safar-se como pode. Sempre tivemos necessidade de ter um Paizinho que nos oriente e esse é para mim o maior perigo.
A juventude está desligada pois com a globalização são mais os que partem pois a sua vida profissional é que lhes interessa.
Infelizmente quando algo está podre ou muito doente foge-se para a frente a passos gigantes, sem querer saber da cura ou da causa.
Muito preocupante e...até quando?
Beijo
Estarei a ouvir o Cícero: "Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra...", ou o Hamlet: "Há algo de podre no reino da Dinamarca..." ?
Ou então o Freitas do Amaral, nas presidenciais a que concorreu:"Portugal está à beira do abismo. Para a frente, Portugal!"
Não ligue, só quis brincar para não chorar...
Queria dizer Quousque...
Tenho de dormir uma noite sobre a pergunta que nos coloca, GJ. De momento, dir-lhe-ia que aguentamos tudo enquanto não se verificarem, CUMULATIVAMENTE, as duas seguintes condições: (1) irem-nos aos bolsos com muita força (não com pequenos, mas substancialíssimos aumentos de impostos ou quebras salariais); (2) aparecer quem (pessoa ou grupo de pessoas) saiba transformar em acção o descontentamento geral (infelizmente, temos uma vontade colectiva demasiado fraca e descoordenada, se alguma).
Mas amanhã revejo esta resposta, e logo a confirmo ou reformulo. ;-)))
Enviar um comentário