Uma das perguntas frequentes, aquando das entrevistas personalizadas, é a de saber como gostaria o/a entrevistado/a de ser recordado após a sua morte. Confesso, que se me fizessem a dita pergunta assim de repente, eu não saberia responder. Penso, também, que o mesmo aconteceria à maioria das pessoas, a menos que já tivessem ensaiado a resposta ou nada mais fizessem do que auto avaliar-se e na sequência do deslumbramento se auto-elogiassem. Porque é um elogio que todos ambicionam ou é uma avaliação desapaixonada do seu desempenho de vida?
Para aqueles que reconhecem o papel da fé cristã, a caminhada é orientada em termos de etapas. Assim, a nossa vida pode ser coberta de passagens boas, más, amigas e adversas, merecidas ou injustiçadas. O seu desenrolar ditará como diz o
JdB "o tempo com qualidade" porque é esse que conta e só ele que cura. " O tempo não cura nada, o que cura é a qualidade do tempo"! E o tempo é eterno ou limitado conforme o soubermos compreender. As etapas vencem-se, atingem-se, representam um marco no nosso tempo. Por outro lado, as fases ultrapassam-se com maior ou menor benevolência, teimosia, ansiedade, repulsa, tristeza ou alegria, dor ou saudade.
A maioria aceita as fases, alguns determinam-nas em etapas. Ontem o DN publicou a ultima crónica de Maria José Nogueira Pinto. Em
"Nada me faltará" deixa-nos o relato de uma vida e como gostaria que na sua passagem a recordássemos.