A Vision of K-12 Students Today
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04/01/10
14/07/09
Ética e códigos

S. Martinho já tem barracas e criançada a fazer férias com as avós. Esta não é apenas uma praia, existem códigos aprendidos com as gerações anteriores. A barraca é a mesma que já foi dos pais e dos avós, os vizinhos são uma espécie de blogobairro com a diferença que todos se conhecem.
A Cecília dos bolos tem a minha idade e já a mãe dela os vendia, agora a filha tem um bar na praia, mas a mãe continua com a lata pela praia fora. Nos últimos anos estendeu o negócio aos salgados e às bebidas, arranjou um carrinho, que antigamente a lata era levada na cabeça, e anda todo o dia dum lado ao outro com duas caixas, uma de doces outra de salgados, a geleira das bebidas, as batatas fritas ainda encontram um cantinho e as duas pernas cada ano mais cansadas.
As praias de família têm a sua ética e as crianças são um espelho daquilo que conhecem. Foi com um sorriso, que ouvi as boas vindas da neta mais velha da barraca de cima dizer a uma recém-chegada da mesma idade. "Tu chamas-te Mariana? Podes brincar connosco. Eu sou a Matilde, ela é a Francisca e esta é a Carlota, mas se tu te esqueceres é aceitável. Acontece!"
As crianças são esponjas de aprendizagem, são bondosas ou cruéis conforme os códigos que lhes são transmitidos e é pelos quatro ou cinco anos, mais coisa menos coisa, que eles se sedimentam.
Etiquetas:
educação
22/03/08
A praga da violência

A sociedade portuguesa está a atravessar um dos processos negativos da globalização. Os jovens portugueses tornam-se iguais aos jovens britânicos ou americanos. Os pais portugueses regem-se por princípios igualmente idênticos e por modelos de educação baseados em excessos não de liberdade, mas de tolerância. Os pais têm medo dos filhos e os filhos não têm medo de quem deviam ter. Temos de aceitar que medo e respeito sempre andaram lado a lado e o importante é termos a capacidade para atribuir o devido peso a cada uma dessas variáveis.
Hoje é uma aluna que confronta uma professora fazendo-se passar por interprete do poder perante os colegas. Colegas que assistem, aplaudem e ficam à espera do final do espectáculo. A seguir é a mãe da aluna que tenta agredir os elementos do conselho directivo da escola a quem confiou a educação da filha. Mais adiante são rivais que invadem escolas alheias para reivindicarem poder. Logo à noite são outros que lutam nas esquinas das ruas e se batem à porta das discotecas e bares das cidades, com álcool e inconsciência pelo caminho.
A solução não é proibir os telemóveis aos alunos nas escolas. Qualquer dia estaremos a proibir os computadores, os televisores, os MP3, e sei lá que mais. Quando uma doença se instala num subgrupo, a solução não é matar essa população mas sim, fazer o diagnóstico e medicar controlando uns, curando e tratando outros. Este caso não é diferente de outros, apenas nos choca mais por termos medo de nos revermos ou de reconhecermos comportamentos de filhos que poderiam ser os nossos.
04/03/08
Debatendo o debate

O debate da educação, da autoridade dos professores, das escolas e das universidades tem vindo a ser mais do que gritado, mas na verdade ninguém se entende. Se a escola fácil não prepara para a vida difícil como diz João Lobo Antunes, se não há receitas porque cada um vive as experiências de forma diferente como na doença, então também não será com a aventura da educação como diz António Câmara e com a aposta em formar exploradores nas universidades, que se deixam de formar empregados nas escolas portuguesas.
Pais e filhos na aventura da educação seria um dos temas mais apropriados para começar o debate. É que na verdade, a questão está nos valores passados de geração em geração, e nesse campo as jóias têm sido pequenas e o pechisbeque tem emergido às bateladas. Debater princípios e valores com quem não tem sido capaz de educar em casa, não é fácil mas é aí que se devem colocar as primeiras experiências. Experimentar antes de saber pode não ser uma boa ideia, mas ninguém consegue saber sem fazer. Agora, o que me parece é que temos passado o tempo a fazer de conta que sabemos, para acabarmos com frases filosofadas do "só sei que nada sei".
O que eu sei, é que não podemos gastar o nosso tempo, que é pouco, na tentativa de formar uma classe social culta e experiente que dê origem a processos de cidadania para a mesma pequena franja que sempre foi culta e experiente. O que eu sei, é que avaliar professores sem avaliar pais, dirigentes, políticos, empresas públicas e privadas, instituições em geral que formam uns, dão emprego a outros e constituem a sociedade, não nos deve levar a bom porto. Deve levar sim, ao que temos vindo a conhecer nos últimos anos, e essa realidade não é beleza nenhuma nem jóia de que me orgulhe particularmente.
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