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A sociedade portuguesa está a atravessar um dos processos negativos da globalização. Os jovens portugueses tornam-se iguais aos jovens britânicos ou americanos. Os pais portugueses regem-se por princípios igualmente idênticos e por modelos de educação baseados em excessos não de liberdade, mas de tolerância. Os pais têm medo dos filhos e os filhos não têm medo de quem deviam ter. Temos de aceitar que medo e respeito sempre andaram lado a lado e o importante é termos a capacidade para atribuir o devido peso a cada uma dessas variáveis.
Hoje é uma aluna que confronta uma professora fazendo-se passar por interprete do poder perante os colegas. Colegas que assistem, aplaudem e ficam à espera do final do espectáculo. A seguir é a mãe da aluna que tenta agredir os elementos do conselho directivo da escola a quem confiou a educação da filha. Mais adiante são rivais que invadem escolas alheias para reivindicarem poder. Logo à noite são outros que lutam nas esquinas das ruas e se batem à porta das discotecas e bares das cidades, com álcool e inconsciência pelo caminho.
A solução não é proibir os telemóveis aos alunos nas escolas. Qualquer dia estaremos a proibir os computadores, os televisores, os MP3, e sei lá que mais. Quando uma doença se instala num subgrupo, a solução não é matar essa população mas sim, fazer o diagnóstico e medicar controlando uns, curando e tratando outros. Este caso não é diferente de outros, apenas nos choca mais por termos medo de nos revermos ou de reconhecermos comportamentos de filhos que poderiam ser os nossos.
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