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O debate da educação, da autoridade dos professores, das escolas e das universidades tem vindo a ser mais do que gritado, mas na verdade ninguém se entende. Se a escola fácil não prepara para a vida difícil como diz João Lobo Antunes, se não há receitas porque cada um vive as experiências de forma diferente como na doença, então também não será com a aventura da educação como diz António Câmara e com a aposta em formar exploradores nas universidades, que se deixam de formar empregados nas escolas portuguesas.
Pais e filhos na aventura da educação seria um dos temas mais apropriados para começar o debate. É que na verdade, a questão está nos valores passados de geração em geração, e nesse campo as jóias têm sido pequenas e o pechisbeque tem emergido às bateladas. Debater princípios e valores com quem não tem sido capaz de educar em casa, não é fácil mas é aí que se devem colocar as primeiras experiências. Experimentar antes de saber pode não ser uma boa ideia, mas ninguém consegue saber sem fazer. Agora, o que me parece é que temos passado o tempo a fazer de conta que sabemos, para acabarmos com frases filosofadas do "só sei que nada sei".
O que eu sei, é que não podemos gastar o nosso tempo, que é pouco, na tentativa de formar uma classe social culta e experiente que dê origem a processos de cidadania para a mesma pequena franja que sempre foi culta e experiente. O que eu sei, é que avaliar professores sem avaliar pais, dirigentes, políticos, empresas públicas e privadas, instituições em geral que formam uns, dão emprego a outros e constituem a sociedade, não nos deve levar a bom porto. Deve levar sim, ao que temos vindo a conhecer nos últimos anos, e essa realidade não é beleza nenhuma nem jóia de que me orgulhe particularmente.
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