Começar a arrumar é uma tarefa pouco gratificante, a menos que seja para arrumar as ideias. De tempos a tempos esta arrumação é necessária. A minha amiga que escreve em revistas conhecidas, arruma livros. Eu compreendo-a e sou solidária, é que esta tarefa leva a espaços bem definidos da nossa mente. Começamos por pegar num livro que já não viamos há algum tempo e a surpresa é como no primeiro dia em que o vimos. Ah, como gostamos de o ler, como nos entrusamos desde o primeiro parágrafo, a primeira linha, logo até pelo nome dos personagens que anos mais tarde dariam origem ao nome do primeiro afilhado.
A arrumação é uma obra de bem para acalmar o nosso espírito. Espírito que só nos dá tréguas se a associação for tranquila. O livro escondido na prateleira conduz a nossa mente para momentos e tempos passados. As recordações que imediatamente nos vêm ao espírito são a razão do controlo da emoção. É claro, que muitas vezes apenas estamos a limpar o pó das prateleiras, mas mesmo assim, essa é a parte que nos faltava para definitivamente arrumar a recordação na prateleira do cemitério.
17 anos
Há 4 meses
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