O Prós e Contras tornou-se um programa de entretenimento familiar nacional. A mim parece-me bem termos programas que as famílias possam ver ao serão. Programas que não têm poucas vergonhas de sexo ou de violências nas escolas, aldeias, discotecas, estádios de futebol, tribunais, greves com camionistas, professores, médicos... As crianças coitadinhas, a seguir não dormiam sossegadas e não nos deixavam em paz. E a malta tem de ir para a praia no dia seguinte.
Agora o Prós e Contras é um espectáculo muito apetecível. Talvez uma musiqueta de vez em quando ficasse bem para dizer com a letra. A Fátima mantém o seu ar compenetrado, se bem que um pedacito de sol não lhe fazia mal e melhorava cor. Os convidados, apesar de estarem gastos e já os conhecermos, são como família e mantêm-nos sempre informados.
Os temas apesar de não variarem continuam a ter interesse e estão na ordem do dia de hoje, amanhã e depois. E de qualquer forma, mesmo que se agende outro tema, os convidados terão sempre a a oportunidade de trazer de volta ou introduzir o tema que lhes interessa discutir. Isto, ou porque não foram convidados anteriormente, ou porque o povo é "burro que nem um calhau" e nem vai dar por ela, e o que conta é o concurso entre convidados, entrevistados e as palavras.
Antigamente, contabilizavam os minutos que cada um falava mas agora parece que ninguém usa relógio, o que é muito mais salutar. Aliás, os telemóveis que de tempos a tempos ouvimos tocar nos programas são para avisar sobre o tempo que cada um tem para falar daquilo que não interessa nada.
O meu favorito é o Ministro Manuel Pinho. Sempre que ele aparece eu fico feliz. Aqui está alguém que nunca vem falar sobre males, desgraças e coisas esquisitas do meu país. Deixa-me sempre optimista porque nunca fala de Portugal.
Manuel Pinho dá-nos uma perspectiva do que se passa noutros lugares do mundo. Assim ouvimos o que significa tecnologia, emprego, informação, produtividade, liquidez no bolso dos cidadãos e nos cofres dos estados, eco turismo e desenvolvimento, parques industriais, campos com milho e agricultura crescente e sem aeroportos, pescas sem mercúrio, aldeias com gente, comerciantes contentes.
De vez em quando, também aparecem outros com gravatas "Mont Pelerin" e desconhecidos que advogam que as pessoas escolhem os sítios pela comida e pelos restaurantes, porque hoje em dia tudo é gourmet.
Eu diria é que vivemos num "ninho de cucos" e todos estamos a ficar mais ou menos "cucos".
17 anos
Há 5 meses
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