22/04/09

Pelos céus do Universo

A melhor forma de perder o medo de andar de avião é andar de avião! É fácil e com um toque de teclas está comprado o bilhete, o hotel marcado e temos o carro para viajar. Comecemos então pelo princípio. O primeiro passo está relacionado com a companhia de avião. Podemos utilizar vários critérios de escolha ou de preferência. Olhar para filmes ou estatísticas e ver as que têm mais acidentes, as que aterram em locais que não devem, as que servem vinho à borla, as que nos querem exigir o pote na mão (adoro esta forma nortenha de dizer penico) e conhecidas por low cost e ainda as que são do nosso país e os aviões têm nomes divertidos . Um dos meus filhos adora viajar no "Cuco" que pertencia à Portugália, já eu tenho uma preferência pelo Albatroz, porque me faz lembrar Cascais.
Uma vez comprado o bilhete, confirmado se está tudo "direitinho", se o hotel para a primeira noite, não confundir com o hotel da primeira noite, está marcado num lugar decente, se o voucher para levantar o carro está legível e de preferência em inglês, caso contrário temos a senhora no local de destino a dizer "I ain't see nothing with this name on", podemos passar à fase seguinte que é a preparação da mala. Digo preparação porque é uma actividade de grande concentração. Esta é a fase mais divertida, porque separamos montes de vestidos, calças, bermudas, túnicas, tops, camisolas, sapatos, botas e sapatilhas e outras tantas coisas para no final deste exercício voltarmos a tirar da mala ou porque não cabem, ou porque decidimos, muito sensatamente, que no destino há tudo o que cá há e logo veremos se for necessário. O que é muito inteligente porque nos vai faltar sempre qualquer coisa, até aquela bolsinha que nos dava tanto jeito para colocar qualquer coisa.
Finalmente chega a hora de partir para o aeroporto. Se estivermos calmas só vemos duas ou três vezes o que já tínhamos visto no dia anterior, agora se estivermos ansiosas quase que perdemos o avião. Aliás, há um momento em que pensamos se não é melhor mudar de ideias. "Olha ficamos e pronto!" Birra de criança passada, adulta de pé e cabeça erguida aí vamos nós rumo ao aparelho. O lugar não é mau, o vizinho do lado parece simpático, o pessoal de bordo mantém aquele sorriso fulminante e estamos sentadas, as revistas à nossa frente, olhamos para trás, para o lado, discretamente para as saídas de emergência e sorrimos.
De repente, "atenção portas em arco"; "pessoal de cabine: preparar para take-off".
E levantamos, os motores a todo o gás e, alto parece que vão parar, o que é este barulho? olha-se pela janela, continuamos no ar? será que estamos a perder altitude?
Não Luísa, eles estão apenas a abrandar, atingiram a velocidade desejada para voltar a acelerar até atingir a velocidade de cruzeiro. E voilá, passadas umas horas voltamos a sentir o avião a descer e estamos quase que preparadas e aliviadas por colocar os pés no chão. Ah, mas ainda falta um bocado e ouvimos o trem de aterragem a sair e pás, estamos no chão. É pá! paras ou quê? Bolas... parou e curvou e estamos no terminal. Finalmente!
JKF International Airport - Welcome to NY City - Cellulars on are not allowed in this area.
Ainda não podemos telefonar para casa e temos de passar estes american officers e ainda temos as malas que esperemos tenham vindo!

9 comentários:

Mike disse...

Ouviu, Luísa?... ou melhor... leu, Luísa? ;D

Anónimo disse...

Ri-me bastante com a preparação da mala, porque imaginei a cena. Nunca tenho desses problemas, faço a mala em 1 minutos. O qu eu quero mesmo, é ir. E NY, este ano, é um dos meus destinos, mas lá mais para diante.

Lucia Luz disse...

Também me vi fazendo a mala. E nada de 1 minuto como disse o Carlos. Muitas roupas em cima da cama, muita calma e senso crítico e ei-la, prontinha.
Não tenho medo de avião, mas amo andar pelos céus do universo!
Beijinhos e ótima semana

Lina Arroja (GJ) disse...

Carlos, a preparação da mala é um martírio para as mulheres. Sobra sempre sapato e falta mala.

Luz, nós compreendemo-nos não é? Até ao dia em que decidimos fazer como eles, ton-sur-ton e a coisa torna-se mais fácil, excepto nos sapatos. Confesso que estou melhor, mas...:)

O medo é relativo. Como adoro viajar mesmo que sinta alguma ansiedade, isso não me impede de partir. Confesso que me custa sempre mais a saída do que a chegada. E entrando no primeiro avião, os restantes já não têm importância.
Quando se viaja frequentemente o medo desaparece.

Lina Arroja (GJ) disse...

Mike, a Luísa já está dentro do avião.:-)

ana v. disse...

Muito mais traumatizante que o avião (não tenho medo de voar, felizmente) é a passagem por esses american officers do JFK, sobretudo depois do nine eleven... ou então ficar sem malas em NY, como já me aconteceu, com 15º negativos e sem um casaco quente, sequer!

E ao contrário de si, GJ, para mim é pior a chegada... apetece-me sempre arrancar outra vez, para outro sítio! Partir é a parte melhor.

Lina Arroja (GJ) disse...

Se a chegada é de regresso também me apetece voltar a partir nem que seja uns dias depois:|

Luísa A. disse...

Querida Grande Jóia, é dessa simplicidade que preciso. É só ir e é só voltar. Infelizmente, ainda não fui e ainda não voltei. Esta pequena ausência deveu-se a uma deslocação, sim, mas a terras que distam de Lisboa uns meros (confortáveis) 100 Kms. A outra será com a minha irmã, daqui a uns dois meses, e como sofremos as duas da mesma síndrome aérea, lá saberemos amparar-nos uma à outra (assim o espero). Obrigada pelo seu apoio. :-)

Lina Arroja (GJ) disse...

Luísa, e eu a pensar que nos ia trazer novidades do casal Obama, com fotografias e tudo!
O avião é um meio de transporte muito seguro, caso contrário era uma desgraça com o número que anda no ar diariamente.
Sabe que saí de Nova Iorque às 21horas do dia 10 de Setembro de 2001? E que duas semanas antes tinha feito o NY - Los Angeles?
São coisas que nos ultrapassam...
A minha neta fez a sua estreia com 10 dias...:)