"Filosofemos" de Desidério Murcho ("...mas os filósofos são os primeiros a não aceitar as ideias uns dos outros e a criticá-las cuidadosamente. Pensar que não podemos fazer o mesmo é pensar que somos inferiores, não podemos ser filósofos, só podemos ser comentadores, historiadores... Que se dane tudo isso. Filosofemos - mal, sim, a principio. Mais vale filosofar mal do que não filosofar de todo em todo").
"Volta companheiro Vasco, que estás perdoado" de Helena Matos ("...acima de tudo paira a nomenklatura... com o socialismo a tornar-se cada vez mais pesado, o sonho de cada português é tornar-se mais um protegido...o socialista que ...(Vasco Gonçalves) foi fazia de nós opositores. Os actuais transformaram-nos em contribuintes faltosos ou caso tenhamos conseguido o milagre de ter tudo pago, licenciado e devidamente aprovado, em cidadãos pouco solidários).
"A maioria ilusória" de Miguel Gaspar (" percebi que havia qualquer coisa de esquisito - e de interessante - nas eleições açorianas...o líder falou precisamente oito minutos....oito minutos foi o tempo concedido a César perante a multidão irrequieta que esperava pelo comício de ...Tony Carreira....E a eleição ficou marcada por uma brutal e preocupante abstenção....E face ao avanço da abstenção, as maiorias não são ilegítimas, mas tornam-se de algum modo, ilusórias").
Três peças de autores tão diversos e complementares como aqueles que à partida fazem parte de uma sala de aula da instrução primária. Todos eles são gente com voz, uns saberão mais do que outros, terão cores diferentes e roupas melhores ou piores. Mas têm um a coisa em comum: debatem assuntos, pensam sobre eles e partilham com os outros. E neste caso, rejeitam totalitarismos e ilusão de princípios.
5 comentários:
Muito bem, Grande Jóia.
Obrigada,RA. Já agora, sabia que Rá é um deus egípicio com corpo de homem e cabeça de falcão?
Bem interessante :))
Bem dito, melhor escrito, Grande Jóia.
Querida Grande Jóia
e há um grande paralelo da amostra destes três trechos com a experiência da Pequenada que nos trouxe - parece terem todos um certo sabor à auto-exigência e responsabilidade de que falou, ao contrário de tanto adulto habituado a escrever que não se joga no que verte, antes brinca com o Poder que lhe é dado sobre os Outros, logo com a dignidade e os sentimentos deles.
Beijinho
Mike, temos dito ...(risos)
Paulo, é isso mesmo, o paralelismo
entre o mundo da pequenada e o dos "grandes" onde a exigência de valores é esquecida.
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