Houve uma época, em que de tempos a tempos, aparecia alguém mais ou menos conhecido que tinha umas coisas "muito chatas" para contar. Lembro-me até, de um apresentador de televisão que de partida para outro país, disse que quando voltasse muita coisa iria contar. Pois, voltou, entrou, saiu e nada! Ainda hoje, pelo menos eu, continuo à espera de ouvir o que, supostamente, ele tinha para comunicar.
Uma tia minha costumava dizer em momentos mais difíceis ou quando a conversa entrava por caminhos duvidosos " Eu depois conto-lhe". Morreu e pelo número de vezes que utilizou a expressão, deve ter deixado o equivalente a uma enciclopédia para contar pelo menos aos sobrinhos.
Vem isto, a propósito de também Daniel Bessa andar há anos para contar a educação no meu país. Através da sua habitual coluna no Expresso fiquei a saber que apesar de "não ter ido à manifestação e de ter 47 anos de actividade de ensino, e de achar que o sistema português necessita de uma ordem nova" vem perguntar o que devemos dizer aos alunos.
Essa é boa! Então, não devia ser exactamente ele que foi dirigente de associações, empresas e universidades, a dar a sua opinião sobre o ensino? Será que, precisamente ele, ainda não teve tempo em quase 50 anos de formar, não opinião mas avaliação para os professores? Ou será, porque o assunto é justamente o resultado de uma nova ordem da qual também ele fez parte?
Se eu fosse a minha tia era agora o momento de dizer: "Eu depois conto-lhe...".
17 anos
Há 5 meses
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