Existe uma ideia falacciosa sobre a questão da riqueza em Portugal. É corrente ouvirmos os do Norte dizer que o dinheiro está em Lisboa e os de Lisboa retorquírem que é no Porto e no Norte que estão os grandes senhores do dinheiro. Nada mais falso. O país está falido e num autentico pasmatório. Se é verdade que, no passado o Norte concentrava as indústrias tradicionais como os têxteis e o calçado, hoje é esse Norte que está sem norte. Se no Sul estavam as grandes empresas que atraiam gentes de outros lados hoje, apesar de continuarem mesmo sítio, ou seja a Sul, não são concorrenciais. E se dividirmos o país como sempre o fizemos em Lisboa e Porto, a realidade continua igual ao que era. Portugal tem hoje uma classe média que nasceu depois do 25 de Abril e que vive como pode e do que pode.
No passado, o país tinha uma pequena franja de pessoas abastadas em Lisboa ligadas às indústrias do cimento e das pescas. No Porto, uma elite burguesa intelectual já com pouco na algibeira e à sua volta famílias com empresas de indústrias tradicionais que vestiam uns e alimentavam outros. Os muito pobres deixavam de o ser, quando abandonavam o campo e vinham para as cidades, e de resto Portugal era um grande amontoado de gente que apesar de tudo sabia ao que andava. De uma maneira geral, todos tinham um bocadinho. Até o "pobrezinho do mês" que assim se intitulava, quando todos os meses tocava à campainha tinha o seu rendimento mínimo garantido.
Hoje, pelo contrário, somos um país com "jóias de remediados" à procura de um rumo para o endividamento. E a não ser que venha algo do Além, eu não vejo além nada que me ajude a continuar a não ser fechar a porta, apanhar o comboio e seguir em segunda classe, que terceira já não existe.
17 anos
Há 4 meses
1 comentário:
Nem mais, aí está um bom texto sobre a situação. Pena que não venham mais pessoas ao seu blogue.
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