30/01/09

Guga, menino amado!

O Guga faz hoje um ano e já começa a querer jogar com a bola que o pai, ferrenho portista do "fêcêpê" lhe comprou no dia em que ele nasceu. Eu até penso que o pai tendo a certeza que o filho iria gostar de futebol, há muito que já tinha guardada aquela bola assinada pelos jogadores da sua equipa. No dia em que o Guga nasceu, o pai refeito da proeza e do susto, fez duas coisas: registou-o na conservatória e inscreveu-o como sócio do FCP. Hoje deve receber as chuteiras porque o fato ele já tem. O Guga tem por outro lado uma mãe que tenta que o filho goste de flores e música e cheiro de hortelã. A música não tem problema porque o pai também é conhecedor nessas artes, agora as flores e o cheiro a hortelã deve ser mais difícil de aceitar. Ainda se fosse o cheiro da SuperBock... vá que não vá!
O Guga é um menino muito amado, faz as delícias dos pais quando ri e o desespero dos mesmos quando chora. Tem umas belas bochechas e as mãos sapudinhas da mãe. Ao pai foi buscar os caracóis o que é uma injustiça para a mãe que gostaria de os ter, mas parece que é olho vivo para a justiça, o que é ainda pior sendo essa uma tragédia de família.
O Guga pertence ao grupo dos meninos que só nascem porque há mulheres que sabem esperar e contrariar as forças da natureza, mesmo com riscos de vida e também homens que as acompanham nessa jornada desgastante, mas com final feliz. O que ficou pelo caminho entre o melhor e pior já não interessa, porque essas são as variáveis que fazem parte do desejo de ser mãe e constituem os tais sacrifícios que os filhos nunca sabem. Uma mãe nunca conta tudo e costuma ser parca na informação sobre si mesma, e ainda bem que assim é, mesmo que eu própria, nunca tenha perguntado à minha coisas que hoje gostaria de saber. Também é verdade, que só nos vem este desejo um dia fora de horas. Talvez por isso, eu aconselho todos os filhos e filhas a pedirem às mães que lhes contem coisas da vida delas, enquanto é tempo. Porque tal como todas as pessoas, as mães não nasceram mães, elas foram meninas e adolescentes, elas foram pessoas com vida própria, mas isso foi há muito muito tempo. Parabéns ao Guga e aos pais!

4 comentários:

Mike disse...

Parabéns aos pais do Guga e a si, pelo belíssimo post. :D
Claro, tinha que ser... do Fêcêpê. (risos)

Lina Arroja (GJ) disse...

Só podia mesmo...(risos)

Luísa A. disse...

Essas manifestações de paixão pela bola consternam-me um pouco mas já não me surpreendem, Grande Jóia. Quando a minha filhota adolescente nasceu, há dezassete anos, o pai fê-la primeiro sócia do Sporting e só depois se lembrou de que ainda não tinha existência legal, e foi registá-la. Quanto à mesma adolescente, a quem tenho procurado incutir algum bom senso, receio que, em chegando a altura dela, siga idêntica metodologia. Sobre partilhar episódios do nosso passado com os nossos filhos, sempre o fiz. No entanto, tenho a vaga impressão de que eles os vêem mais como trechos de um romance ficcionado e situado em tempos imemoriais do que como lições de vida. ;-)
Parabéns ao Guga! :-)

Lina Arroja (GJ) disse...

Também sinto que os nossos filhos só terão necessidades de nos fazer perguntas no dia, em que tal como nós olharem para o espelho, e verificarem que afinal a vida não é eterna.
As histórias que nós contamos estão fora de contexto e portanto não lhes dizem muito.Talvez até nem seja pior, porque é que eu hei-de querer saber se a minha mãe ou o meu pai fizeram as mesmas coisas que eu? A individualidade é sempre preciosa e todos gostamos de ser diferentes. Para um adolescente nada pior que aquela frase que todos lembramos "quando eu tinha a tua idade também usava ou fazia..."
Luísa, a minha filha de 18 anos acha estranho a mãe gostar e ter sido fã dos Led Zeppelin:)