Inovar não é para todos e em Portugal é apenas exercício de alguns. Não se coloca sequer a questão de sabermos se somos bons no que fazemos, porque quem é sabe-o. De nada serve, porém, se o seu trabalho não é reconhecido ou se cada um não tem capacidade para procurar outros arejos que o avaliem de forma a que a pessoa se sinta preenchida. Em inglês a palavra é muito mais gratificante porque o
accomplishment traduz esforço, objectivo, compensação e reconhecimento. Em Portugal significa esforço, tapar buracos e sair cansado. Muito cansado! O ciclo recomeça se os compromissos pessoais o ditarem, o esforço esmorece se a idade tiver passado o meio século. Seja o que for que façamos o importante não é o que fazemos mas porque o fazemos. Se a partir de determinada momento já não interessa então não há nem ventos nem moinhos, nem marés que nos façam continuar. O melhor mesmo, é não chegar a este ponto de paragem porque a saída é mesmo muito difícil. E é aqui que me interrogo porque ficam uns em estado de letargia, outros se suicidam e outros conseguem reinventar caminhos.
8 comentários:
GJ a questão que coloca não tem uma resposta simples.
A maior parte das pessoas vive acomodada num padrão que lhes garante uma série de coisas. Sair desse padrão ...dá trabalho, ... muuuito trabalho! Depois há medos, inseguranças ... para a maior parte das pessoas mais vale um pássaro na mão que dois a voar ... mesmo que o pássaro que têm na mão esteja moribundo ... A ideia de que tudo acaba daqui a pouco ... para muita gente a vida não é um princípio ... é um princípio,que tem meio e fim! ( a morte)
Vivemos numa sociedade em que o olhar do outro sobre si , muitas vezes , prevalece sobre o olhar que se tem sobre si próprio ...
-O que é que o meu vizinho vai pensar se eu com esta idade quiser aprender a andar de segway ( lol) ... e etc....
A critica faz definhar a alma de muitos seres que se esqueceram de procurar o 'self'...
O trabalho mais dificil que temos à nossa frente ( no meu entender) passa por equilibrar quem somos, com o que somos ... 'Ser' dá muito mais trabalho que parecer e 'Ser' é difícil.
Reinventar caminhos é a 'chave'
bj ...é brilhante a questão.
Rita V.
Porquê?
Porque uns são resilientes e outros não...?
:-)
... eh eh eh
Não
Acho que nunca voltamos ao que fomos e não sei se chegamos a 'deformar' com o esforço ...
(pelo menos muito...)
lol
Interroga-se a GJ e interrogo-me eu. Quando souber a resposta não se esqueça de fazer um post. ;D
Rita, a resposta não é a fácil, reinventar caminhos é sem dúvida a solução que nos parece melhor. Os anos não são impedimento para muitos e o suicídio não me parece grande coisa. Não é fácil, nem sei a resposta, mas vou continuar a procurar...
Fugidia, será esse o segredo?
Mike, imagino que faça a mesma pergunta. Nesse caso, o que nos move se já tudo dissemos?
É sempre possível reinventar caminhos, embora não seja fácil. Mas a abulia e o desalento, sempre uma tentação para muitos, também não são uma solução satisfatória.
Acho que é tudo uma questão de convicções, como diz a Rita, e de resistência, como diz a Fugi.
E creio que o que nos move na busca de caminhos é o não sabermos o fim da estrada, ou seja, são os próprios caminhos. No dia em que o soubéssemos, toda a motivação desaparecesria. São sempre mais importantes as perguntas do que as respostas.
Boa questão, Grande Jóia. :-)
Beijinho
Tem toda a razão, Gj. Em Portugal, um país de apostas de curtíssimo prazo, que exigem resultados à vista, a generalidade das actividades acaba por se traduzir, essencialmente, num eterno «apaga-fogos», que tem a parcela de criatividade própria da resolução de problemas, mas se torna desgastante com o anos, não faz, nem deixa «obra». E o momento de saturação é inevitável. Para reinventar caminhos é preciso que haja, ou uma necessidade real (veja-se o caso dos nossos retornados de África, que tão bem souberam fazê-lo), ou um talento ou gosto irrealizados, às vezes um mero «hobby», que, de repente, encontram tempo para se expandir. Por isso, considero tão importante que as pessoas cultivem outros interesses para além dos profissionais. :-)
Necessidade real ou hobby. Estou de acordo que é importante ter outros interesses para além dos profissionais e dos familiares. A família, nomeadamente, os netos não alimentam o ego apenas ocupam o tempo. E por muito que nos alegrem, não são emprego para a vida e muito menos tarefa semelhante à que tivemos quando fomos mães de criança pequena.
Procurar caminhos significa saber o que queremos e a maior parte do tempo não queremos nada.
Enviar um comentário