Se há coisa que eu detesto é o discurso do coitadinho e do aleijadinho. E se o discurso vem dos que têm poder e neste caso do actual primeiro ministro, aspirante a vencedor nas próximas eleições, ainda mais. Já há dias me perguntava o que podia fazer um homem derrotado pelas eleições a não ser trabalhar melhor e continuar. Os pedidos para que Sócrates se amargurasse perante as câmaras pedindo desculpa, deixando a arrogância e fazendo-se de humilde têm-me dado que pensar. Porque razão haveria um pessoa que é arrogante passar a humilde duma hora para a outra e nós acreditarmos que tínhamos, agora, à nossa frente um novo homem? O homem novo ? Será que os portugueses querem o mesmo mascarado de outro? É isso que ganha eleições e governa um país? Foi isso que os portugueses manifestaram nas eleições recentes? Não me parece!
Claro que se o tempo de campanha fosse de um ano talvez o homem tivesse tempo de mudar e de nos convencer, mas isto aqui não é a América em que os candidatos pedem desculpa, procuram ajuda na psicanálise ou na igreja ou no pastor e todos ficam contentes que fizeram o melhor e encontraram o seu líder renascido e purificado.
Nós aqui é mais moscas e chapéus. E essas desaparecem nestes meses de Verão para voltar no Outono e os chapéus surgem agora com o calor e ele há muitos e de todas as cores.
Ou nós gostamos de novelas ou temos andado a confundir os actores com o realizador ou já estamos de tal modo habituados ao vira o disco e toca o mesmo que nem damos pela diferença!
6 comentários:
GJ também não suporto esse tipode atitude.
E preciso perder para mudar?É preciso ganhar novamente para ser o que sempre foi?
Tenham dó
Beijinhos
Ah Mulher do norte, nascida no sul, que diz as coisas como elas são e devem ser ditas! E m'a nada! Este texto até me deu vontade de recomeçar a desconversar. :D
Querida GJ, concordo inteiramente consigo. Não tenho nada contra uma certa arrogância, se esta tiver substrato, ou seja, se corresponder a um orgulho legítimo numa realização de qualidade superior. A arrogância de Sócrates só é irritante porque não há nada que a justifique (nunca me irritou do mesmo modo a arrogância do Cavaco – de quem, em todo o caso, nunca fui parcial). A arrogância do Sócrates é uma emanação da sua personalidade, é o instintivo processo de defesa da sua mediocridade ou meia-competência, meia-cultura, meia-tudo, faz parte da sua natureza colérica, e não são estes exercícios pontuais de humildade, puramente facial, que enganam quem que quer seja… a não ser os que querem ser enganados.
diga bai-xinho
per-dã-ao
per-dã-ao
diga bai-xinho
per-dã-ao
per-dã-ao
(cantarolar tendo por trás Diga Bom Dia com Mukambo )
eh eh eh
Assino por baixo. Por muito que ele tente, nunca conseguirá ser humilde.
Luz, tenham dó mesmo. E há sempre quem acredite mais uma vez. Incrivel :|
Mike, recomece a desconversar que já sentimos a sua falta. Falo por mim e sei que também por muitos outros, embora no seu caso seja mais no feminino... (risos)
Luísa, tem muita razão. A arrogância é irritante porque não há nada que a justifique. E tudo o que é falso não dura. A personalidade pode ser moldada em jovem mas o que é fica para a vida.
Rita, a dificuldade é essa. A música ele sabe mas a letra é que não se lembra. Antigamente contava-se com a anedota da tabuada...;)
Carlos, a gestão de imagem já teve o seu tempo e fez o que podia.
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