Dizem-me que lá em baixo está um caos. O cidadão fartou-se de ser enganado e veio a correr, só que o BPP está a secos e molhados. Quem se trama com esta saga são os que têm de chamar a polícia, falar com a televisão, tapar a entrada e fugir aos olhares de quem passa. Os que ficaram são os que menos têm para contar e os que estão dentro aguardam calmamente que os processos sigam com o ritmo que conhecem. Pelo caminho, uns são pessoas de bem sem dinheiro, outros são os que acreditaram no faz que faz, na aparência e no discurso de festa, e ainda alguns que acreditam que o seu há-de chegar um dia. Há-de, sim! Só se for
nesta versão - de avião e à beira-mar sobrevoando o oceano.
4 comentários:
Que tonteria descabida, essa que eu vi na "versão". Os que acreditam que o seu dia há-de chegar, bem podem esperar que o BPP já não levanta vôo, quanto mais dar dinheiro. Dar não, restituir.
GJ, vi ontem uma entrevista no telejornal com uma dessas depositantes no BPP e fiquei revoltadíssima. A senhora tinha lá colocadas as suas poupanças, que não eram de um valor extraordinário, estava desempregada, desesperada, sem nada, e apenas queria a devolução do que era seu. Pois o comunicado do Banco chamava-lhe «cliente sitiante», para não lhe chamar «cliente assaltante». É extraordinário que os prevaricadores sejam os que apenas reclamam o que lhes pertence, e que os outros continuem a aparecer na vida pública como se fossem as vítimas, sem um pingo de vergonha, absolutamente impunes. Não há o direito!
Não há mesmo direito, Luísa. As pessoas foram literalmente iludidas para não dizer enganadas. Muitas assinaram contratos sem ler as entrelinhas, por terem confiança nas pessoas que conheciam. Mas o mais dramático é muitos dos comerciais não sabiam o que estavam a vender, por falta de informação interna. É bom que os comerciais que ganham por objectivos tenham noção do produto que vendem. Nenhuma instituição pode oferecer taxas garantidas superiores aos de um depósito a prazo sem investir uma parte com risco.
Muitas destas pessaos tinham contratos de depósito a prazo e foram levadas a assinar, contratos que julgavam ser iguais mas com rentabilidades maiores. O que os contratos dizem é que uma parte PODE ser investido. É aqui que os Clientes perdem razão, porque o Banco não diz nem deixa de dizer que investe. Pode! E os depositantes nem olharam para o "pode".
A questão, Mike, é que como os Bancos "não estavam" à espera da crise internacional, investiram em produtos pura e simplesmente foram ao ar. E também a maioria não sabe que o seu banco investe em Fundos de outro que por sua vez investe em países como a Islândia, por exemplo,e que uma vez falido não tem dinheiro para devolver a ninguém. E venham os advogados e os tribunais que daqui a 20 anos os depositantes portugueses, espanhóis,etc, gastaram em processos e ainda são eles a dever ao banco ou à Islândia.
É aqui que a globalização entra em colapso, embora eu acredite que este é um processo irreversível.
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